Sejam Bem Vindos!!

Este blog foi criado para relatar minha experiencia com a Síndrome do Pânico, que tenho desde de 2002, e também minhas impressões sobre a vida.

Quando descobri que tinha a doença foi muito difícil, não a conhecia bem e não queria aceitar a situação. Por isso quero dividir minha experiencia com vocês, para poder divulgar este distúrbio e mostrar que o Pânico não tem cura, mas é controlável.

Também relato minha tragetória para descobrir quem sou, e o que um dia quero ser....

“ A vida é curta, por isso, faça amigos, perdoe os inimigos, faça planos, realize sonhos, quebre regras, faça outras, e nunca deixe de sorrir . Viver não é facil como imaginávamos, mas já que estamos vivos ame e viva como se o amanhã fosse incerto.” (Dani Mendes)

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Recomeço....

Depois desta crise, comecei a ter várias.
Não podia ouvir falar no trabalho que pirava. Não conseguia dirigir sozinha, surgiram várias limitações, mas teimosa como sou, achava que era temporário, e que o remédio logo faria efeito, e tudo iria passar.
Tive aproximadamente 4 crises fortes em 1 semana, e não me convencia que eu estava fora do controle.
Dois dias antes de eu voltar ao trabalho minha chefe me ligou. Ela estava preocupada comigo, pediu que se eu não estivesse bem que não fosse trabalhar, mas esta possibilidade me deixou atordoada.
Ao invés de eu ficar calma, fiquei culpada por deixar todos preocupados comigo, e tive uma nova crise a ponto do meu marido ter que tirar o telefone da minha mão, por que eu não consegui mais falar.
Neste dia ele me deitou no sofá, me deu um calmante e esperou eu começar a me mexer. Eu travei a boca, mãos, pés, meu corpo todo estava rígido.
Depois que “voltei" do surto, pedi para ele ligar para minha chefe. Eu a deixei mega preocupada e culpada por faze-la acreditar que ela havia causado a minha crise. Mas a culpa não era dela, era minha.
Eu não sabia como lidar com a vergonha e culpa de ter tido novas crises. Até o dia fatídico de outubro, quase ninguém sabia que eu tinha doença.
Mesmo depois deste “espetáculo” fui trabalhar no dia que venceu meu atestado. Não queria pedir licença pelo INSS, porque para mim não havia justificava para um afastamento deste tipo. Como sempre me enganei.
Cheguei ao trabalho (dirigindo, óbvio!!!), com medo de encontrar alguém. Lógico que eu iria ver alguém, mas estava morrendo de vergonha por ter voltado a ter pânico. Acreditava que todos estavam me vendo como “coitadinha”, “fresca”, fraca ou louca. Tinha medo de encarar as pessoas e perceber o que estavam pensando.
Coloquei os pés dentro do prédio e comecei a sentir falta de ar. Não me convenci, e fui para meu posto de trabalho.
Para chegar ao laboratório, eu tinha que passar por uma espécie de túnel (finger). Neste dia percebi que talvez eu não estivesse só com o pânico, mas também com Agorafobia, pois desci aquele finger morrendo de medo de sufocar, de cair lá dentro. Mas esqueci deste medo quando consegui chegar ao laboratório. Agora o medo era das pessoas, não teria como não as encara-las.
Entrei, e todos pareciam não ter me visto. Estavam com medo de eu ter uma nova crise, por isso tentaram me poupar não me fazendo perguntas, só me cumprimentaram.
Este esforço de todos foi em vão. Me senti mais exposta ainda e comecei a passar mal. Me levaram para a sala da coordenação e lá me deram um copo de água e tomei meu remédio.
Por que somos tão teimosos??? Deixei todos apavorados, preocupados por minha teimosia, e com isso fiquei mais culpada. O que eu ia fazer? Queria tentar ficar, para mostrar a mim mesma que era uma “frescura” minha (isso depois de 6 anos de terapia), mas as cabeças sensatas não me deixaram ficar.
Me colocaram dentro de um taxi me mandaram de volta para a minha médica.
Não queria me afastar, isto seria uma prova de que eu não era capaz....aiiiiii
Não teve jeito, minha chefe e minha psiquiatra insistiram, e eu acabei aceitando.
Lá fui eu ao INSS pedir para ficar em casa...
Minhas "aventuras" estavam ficando cada dia "piores", mas eu ainda tinha dificuldade em aceitar que o pânico tinha voltado para valer. O que eu ia fazer?? Novos sintomas apareceram, e no INSS vi como é estranho depender do sistema de saúde no Brasil...

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