Sejam Bem Vindos!!

Este blog foi criado para relatar minha experiencia com a Síndrome do Pânico, que tenho desde de 2002, e também minhas impressões sobre a vida.

Quando descobri que tinha a doença foi muito difícil, não a conhecia bem e não queria aceitar a situação. Por isso quero dividir minha experiencia com vocês, para poder divulgar este distúrbio e mostrar que o Pânico não tem cura, mas é controlável.

Também relato minha tragetória para descobrir quem sou, e o que um dia quero ser....

“ A vida é curta, por isso, faça amigos, perdoe os inimigos, faça planos, realize sonhos, quebre regras, faça outras, e nunca deixe de sorrir . Viver não é facil como imaginávamos, mas já que estamos vivos ame e viva como se o amanhã fosse incerto.” (Dani Mendes)

quinta-feira, 29 de julho de 2010

AS VEZES COMETEMOS ENGANOS....MAS TAMBÉM ACERTAMOS!

Eu me enganei!!!
Definitivamente não seria nem o primeiro nem o segundo dia de terapia o mais terrível.
Na verdade eu não sei dizer quantos, ou quais foram os piores.
Tive a sorte de ter médicas maravilhosas, mas quando temos problemas gravados lá dentro da gente, presos há muito tempo, ou duvidas, medos escondidos a sete chaves de nós mesmos, fica difícil tornar as coisas fáceis, né?
As sessões continuaram, ou melhor a minha “auto-tortura”.
Eu falava e chorava direto, mal dava brechas para as intervenções da minha terapeuta...coitada!!!
Eu me sentia culpada por ter saido de casa e abandonado meus pais, me achava horrorosa, gorda, uma estranha no ninho, queria ser a melhor e a mais simpática pessoa da face da terra. Me culpava pelo meu namorado ter que me aturar daquele jeito, no fundo eu queria ser linda, maravilhosa e perfeita, e achava que era exatamente o contrário.
Começou a partir dai um longo caminho.
Primeiro o do desespero, depois o da melancolia e auto vitimização, só depois de um tempo ( vcs vão ver durante minha tragetória) que as coisas ficaram mais claras.
Minha vontade era sumir do planeta, ou mudar para um lugar onde ninguém me conhecesse, e eu pudesse começar tudo de novo, do zero! Ser outra pessoa!
Demorou para eu entender não dava para fazer isso.
Fui convencida que fugir de quem somos não dá certo, a gente sempre vai junto!
Além disso nossos fantasmas sempre vão dar um jeitinho de achar a gente, e dai quanto mais tempo "longe" deles, mais fácil deles pegarem nosso ponto fraco, e pisarem mais um pouquinho.
Durante este período tive mais duas crises terríveis, que me deram um empurrão para eu finalmente entender que eu tinha que brigar com esse “bicho” que me assombrava: O Pânico, e consequentemente com "estes fantasminhas" que davam força a ele.
Nesta hora comecei a acertar comigo mesma... Conto tudo na próxima história!!

O inicio de um longo caminho

Comecei a terapia com outra psiquiatra, que a minha médica indicou.
Fiquei super tensa no meu primeiro encontro.
Não sabia o que esperar, nem mesmo se estava fazendo a coisa certa. Era um misto de pavor e de curiosidade....
Para mim terapia era coisa de gente maluca. Mas o que eu estava pensando??? Pânico também era coisa de gente maluca, certo?? Então eu era maluca....
A consulta foi super tranquila. A terapeuta me explicou como funcionavam as sessões, perguntou o que me levou até lá, e disse que qualquer pessoa pode fazer terapia, tendo algum tipo de distúrbio ou não, e que o tratamento era importante para o auto conhecimento.
Isso me deixou um pouco mais tranquila, por que me pareceu algo bem light, não era algo do outro mundo.
Confesso que já neste dia queria começar a lamentar, falar, chorar.....aiiiii como somos estranhos, né???
Uma semana depois começou a terapia propriamente dita.

MEU DEUS!! Sai da sessão chorando, me sentindo mais culpada, fraca, foi horrível!!! Não pela médica, que quase não falou nada, mas por mim!!! Como eu ia tirar aquele peso todo de cima dos ombros?
Para a psiquiatra parecia fácil, e do jeito que ela falava até era, mas na prática que dor, que medo.....aiiiiiiiiiiii, minha vontade era deixar pra lá, e continuar como estava, largar a terapia.
Graças a uma pequena chama de bom censo na minha cabecinha, decidi que agora era a hora de mudar, de enfrentar aquele peso todo, então resolvi automaticamente continuar.
Quem sabe só o primeiro dia seria dolorido???

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Finalmente o inicio do tratamento.

Eu estava inerte, sempre mal humorada. Decididamente minha pessoa não era uma boa companhia.
Não queria saber de psiquiatra, médico, terapia, nada.... Eu queria ficar quieta.
Mas um belo dia tive uma crise terrível de raiva, e meu namorado falou: “- Ou você procura ajuda, ou não sei até quando vou aguentar”.
Este era o mega empurrão que eu precisava para ir ao médico.
No dia seguinte marquei uma psiquiatra.
Fui a consulta sozinha. Para mim já era muito ir até lá, não queria companhia.
A médica foi maravilhosa. Conversou comigo, falou que eu tinha depressão, mas que isto não era o final do mundo. Falou que provavelmente eu tivesse pânico, mas ela teria que me acompanhar por algum tempo para ter certeza se não eram crises isoladas, devido a depressão, mas que pela minha descrição muito provavelmente era realmente pânico.
Receitou uma medicação que iria atuar na depressão e consequentemente no pânico, e pediu para que eu retornasse após 20 dias para acompanhamento.
Eu não queria tomar remédio. Tinha medo de viciar, mas a dra. foi super paciente, e me explicou que qualquer remédio pode viciar, desde que o paciente tome sem orientação e acompanhamento médico.
Fiquei mais tranquila, e resolvi fazer certinho as orientações da minha médica.

Dois meses depois de iniciar a medicação, fui liberada para fazer terapia, na verdade fui quase intimada.
Mal sabia eu, que neste momento iria começar a faze mais dolorida do tratamento...

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Eu não tinha “NADA”

Engordei 10 quilos, em 6 meses. Vivia indo aos hospitais, por causa das crises, mas ninguém sabia o que eu tinha. Tomava soro com algum remédio para tontura toda vez que ia ao hospital.
O ultimo exame que fiz foi a tomografia.
Demorou uns 3 dias para o exame ficar pronto, e eu estava morrendo de medo de saber o que ia dar.
No dia que levei o exame ao médico, meu namorado estava comigo.
O médico abriu o exame, olhou e me disse o que eu queria (ou não) ouvir: - “Você não tem nada”...
Mas como eu não tinha nada? O que estava acontecendo?
Ele indicou que eu trocasse de turno do trabalho, devido a falta de produção de alguns hormônios essenciais ao organismo, em pessoas que só dormem durante o dia, que era o meu caso.
Ele também me indicou ir a um psiquiatra, pois poderia ser um quadro de depressão.
Sai da sala do médico zonza. Eu com depressão? Magina!! Isso para mim era coisa de gente louca ou desequilibrada, que não amava a vida.
Triste preconceito meu, era o que eu tinha, e com um agravante o Panico, e eu nem desconfiava disso.
No inicio de 2003, depois das férias coletivas mudei de turno no trabalho.
Graças a Deus comecei a trabalhar durante o dia, e a dormir a noite. Ninguém tem idéia de como é bom dormir no escuro da noite, até perder o direito de dormir.
As crises diminuíram um pouco, mas eu vivia triste e mal humorada, só queria dormir. A vida ficou chata, sem muito sentido. Mas nunca pensei em me matar, eu só queria dormir e ficar quieta, no meu canto.
Meu mundo estava resumido em ficar em casa e dormir...

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Começavam os exames.

As crises continuaram.
Aconteciam no trabalho, em casa, eu tinha certeza que iria morrer.
Fui a vários médicos: cardiologista, neurologista, urologista.
Foram infinitos exames, desde curva glicêmica a tomografia e controle de batimentos cardíacos.
Meu maior medo era descobrir qual era minha doença. Tinha certeza que havia um tumor na minha cabeça. Com aqueles sintomas eu só pensava no pior.
Quase ninguém sabia das minhas crises, somente minha irmã, meu namorado, e alguns colegas de trabalho.
Não queria alarmar ninguém, antes de saber o que eu tinha.
Nesta época comecei a ter medo de sair de casa a noite. Tinha certeza que levaria um tiro na cabeça ao sair para trabalhar, e por este motivo minhas crises aconteciam com mais frequência antes de sair para o trabalho.
As crises pioraram. Além da falta de ar, tontura, visão embaçada, formigamento das mãos, e crise de choro, comecei a sentir meu corpo inteiro formigar e meu maxilar travar. Não conseguia falar nas crises e a sensibilidade da minha pele desaparecia.
Demorei mais de 6 meses para descobrir o que eu realmente tinha...

A Primeira Vez (2002)

Tudo em minha vida estava ótimo.
Tinha 22 anos, estava feliz com meu novo trabalho, tinha um carro pago por mim, estava namorando com uma pessoa maravilhosa e dividia um apartamento com a minha irmã e uma amiga.
Que garota com esta idade não quer ter tudo isso?
Nesta época eu trabalhava em uma empresa no período da noite das 22:00 as 6:30hs, de segunda a sexta-feira, com análises químicas.
Não era bem o horário dos meus sonhos, mas as pessoas eram maravilhosas e o salario ajudava bastante.
Um dia, por volta de outubro de 2002 acordei para o trabalho, era uma segunda feira, e comecei a sentir tontura, falta de ar.
Tomei um banho e comecei a ver tudo escuro, minhas mãos começaram a formigar, e a falta de ar aumentou.
Chamei meu namorado (que graças a Deus estava em casa).
Eu mal consegui levantar da cama. Achei que estava morrendo. Comecei a ter uma crise de choro, e ele me levou para o hospital.
Você já imaginou aos 22 anos morrer de uma hora para outra. Meu medo só aumentava enquanto íamos para o hospital.
No pronto socorro, me examinaram e falaram que eu não tinha nada, que devia ser algo que eu comi, e me deram soro com medicamento para náusea.
Começava ai uma série de idas e vinda a hospitais.
Tive minha primeira crise de pânico, mas ninguém sabia disso...

Uma breve apresentação

Criei este blog para relatar minha experiencia com a Síndrome do Pânico, que tenho desde de 2002.
Quando descobri que tinha a doença foi muito difícil, não a conhecia bem e não queria aceitar a situação. Por isso quero dividir minha experiencia com vocês, para poder divulgar este distúrbio e mostrar que o Pânico não tem cura, mas é controlável.
“ A vida é curta, por isso, faça amigos, perdoe os inimigos, faça planos, realize sonhos, quebre regras, faça outras, e nunca deixe de sorrir . Viver não é facil como imaginávamos, mas já que estamos vivos ame e viva como se o amanhã fosse incerto.” (Marry)