Sejam Bem Vindos!!

Este blog foi criado para relatar minha experiencia com a Síndrome do Pânico, que tenho desde de 2002, e também minhas impressões sobre a vida.

Quando descobri que tinha a doença foi muito difícil, não a conhecia bem e não queria aceitar a situação. Por isso quero dividir minha experiencia com vocês, para poder divulgar este distúrbio e mostrar que o Pânico não tem cura, mas é controlável.

Também relato minha tragetória para descobrir quem sou, e o que um dia quero ser....

“ A vida é curta, por isso, faça amigos, perdoe os inimigos, faça planos, realize sonhos, quebre regras, faça outras, e nunca deixe de sorrir . Viver não é facil como imaginávamos, mas já que estamos vivos ame e viva como se o amanhã fosse incerto.” (Dani Mendes)

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Levanta e sacode a poeira....

Estava ficando tudo “tenso” novamente.
Dia 31/03 lá fui eu para meu trabalho passar pelo médico, e ser liberada para trabalhar....
Cheguei lá as 9:00hs. Meu corpo inteiro tremia de medo, ansiedade....pânico!
Me obriguei a ficar o mais normal possível, por que só assim o médico me liberaria para trabalhar.
Graças a Deus não tive que entrar no finger que falei anteriormente. Com certeza se tivesse que passar por lá não iria passar da porta....
Cheguei ao ambulatório e as enfermeiras já estavam me esperando. Todos foram muito gentis comigo, mas isso só ajudava a eu acreditar que as pessoas tinham pena ou medo de mim.
É estranho você estar perto das pessoas e todos te olharem: - “Será que ela vai pirar agora”?
Tudo bem, é coisa da minha cabeça, e tal, mas é desagradável você se sentir diferente, apesar de eu sempre ter me sentido assim ( a vida toda).
Um parênteses: (Desde de pequena sempre me senti uma estranha no ninho. Me achava a mais feia, chata, e que ninguém nunca iria se interessar por mim. A verdade até eu completar meus 16 anos isso realmente aconteceu, só que por mais que as pessoas ao meu redor falassem ou agissem ao contrário, eu sempre me senti diferente).
Passado alguns minutos o médico chegou e me chamou em sua sala.
O que eu mais queria era entrar em um buraco e nunca mais ter que aparecer naquele lugar, mas eu tinha que aguentar firme e passar pelo veredicto.
Depois uma longa conversa com o médico, e ele me questionou se eu gostaria de sair daquele emprego.
Pelo meu histórico universitário eu realmente iria sair de lá mais cedo ou mais tarde, e um mês antes de pirar eu pedi para que se houvesse oportunidade que me mandassem embora.
Não me contive e comecei a chorar compulsoriamente. Não acreditava que finalmente eu iria poder sair e seguir na carreira que eu acreditava.
Fiquei morrendo de medo de minha chefe e minhas coordenadoras se sentissem traidas, ou decepcionadas por eu querer sair, mas ao invés disso todas me apoiaram.
Falaram que eu estava saindo de cabeça erguida e pela porta da frente, e se eu precisasse delas algum dia que poderia contar com sua ajuda.
Eu não acreditava!! Fui preparada para voltar e pirar e sai de lá com a melhor noticia que havia recebi em anos.....aiiiii
Tive sorte de conseguir sair do meu trabalho da melhor maneira possível. Estava rodeada de pessoas que queriam o meu bem, e fizeram o possível para que eu não sofresse .
Depois disso, percebi também com ajuda da terapia, que o problema nunca foi meu trabalho, mas como eu o encarava, como eu deixava as coisas pesadas por sempre querer fazer o mais perfeito e eficiente possível, esquecendo que eu também tinha limitações igualmente a todos.
Comecei neste dia um novo período para a minha vida. Estava prestes a entender o que eu tinha e a finalmente tirar um pouco de sarro disso tudo.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Mais uma vez...cai!!!

Passei o mês de março relativamente bem, estava equilibrada, a terapia estava indo super bem, até o dia 30/03.
Neste dia fui para a aula normalmente. Estava nervosa e ansiosa porque no dia 01/04 eu iria voltar “teoricamente” a trabalhar e isso estava me angustiando.
Tentei de todas as formas não pensar no trabalho, mas a vida é uma caixinha de surpresas, e para me “ajudar” começou a chover e o professor fechou portas e janelas para poder dar aula.
De repente me vi presa! Percebi que estava dentro da sala, ansiosa, com mais 40 pessoas e todas as entradas de ar fechadas.....aiiiii.
Comecei a ter dor de cabeça, neste momento sai da sala.
Tentei me acalmar em um sofá que fica em um lugar coberto dentro da faculdade. Ajudou um pouco. Achei que dava conta para terminar de assistir a aula....mais uma vez engano!!!
Entrei na sala e o pânico veio.... Minhas mãos começaram a formigar. Quando tive certeza que iria ter uma crise, fiquei mais apavorada de te-la perto de tanta gente.
Não pensei em nada, só queria sair daquele lugar o quanto antes.
Procurei meu calmante na bolsa, mas infelizmente deixei em casa....
Sem pensar, entrei no carro e resolvi ir para casa.
Nunca mais tomo atitudes como esta...
Entrei na Rodovia Dom Pedro e não sentia direito meus pés e minhas mãos. Chorava sem controle, e mal conseguia respirar.
A esperta aqui piorou por que fiquei com medo de bater o carro, mas tinha mais medo de para-lo no acostamento.
Enfim, consegui chegar em casa. Abri a porta de casa e desmontei no sofá. Meu marido ficou desesperado!! Eu não conseguia falar com ele. Parecia que eu havia acabado com todas as reservas de forças que eu ainda tinha. Ele percebeu que era uma crise, me deu um calmate e tentou fazer eu relaxar.
Lógico que isso não deu certo.
Comecei a me culpar por ter tido novamente uma crise, flava que eu ia nem que fosse arrastada voltar para o trabalho, chorava sem parar. Me culpava por estar de novo dando trabalho a ele.....aiiii eu me acabei!!
Minha sorte, foi que no dia 31/03 tinha consulta marcada com a minha psiquiatra e ela ia poder dar um diagnóstico do que aconteceu.
Fui a médica e recebi uma terrível noticia.
Minhas opções eram:
  • voltar a trabalhar, passar mal e poder não ter o beneficio renovado novamente pelo INSS e ficar sem salário pelo tempo que meu beneficio fosse negado;
  • não voltar ao trabalho, e não ter o beneficio consedido pelo INSS e ficar sem salário.
            Eu tinha poucas opções e NÃO passar mal não era uma das minhas alternativas mais fáceis, mas para mim era a única.
      Não dormi a noite pensando que eu tinha que aguentar.
    Meu maior pavor era entrar no prédio e encontrar as pessoas....