Sejam Bem Vindos!!

Este blog foi criado para relatar minha experiencia com a Síndrome do Pânico, que tenho desde de 2002, e também minhas impressões sobre a vida.

Quando descobri que tinha a doença foi muito difícil, não a conhecia bem e não queria aceitar a situação. Por isso quero dividir minha experiencia com vocês, para poder divulgar este distúrbio e mostrar que o Pânico não tem cura, mas é controlável.

Também relato minha tragetória para descobrir quem sou, e o que um dia quero ser....

“ A vida é curta, por isso, faça amigos, perdoe os inimigos, faça planos, realize sonhos, quebre regras, faça outras, e nunca deixe de sorrir . Viver não é facil como imaginávamos, mas já que estamos vivos ame e viva como se o amanhã fosse incerto.” (Dani Mendes)

domingo, 29 de agosto de 2010

Aconteceu mais uma vez...

Em Setembro de 2009 eu estava no limite. Não dormia quase nada, o trabalho estava a mil por hora, e a Unicamp me deixando de cabelos em pé.
Tentei de todas as formas ficar calma, manter o controle, mas as noites em que eu chegava em casa e chorava começaram a ficar mais constantes.
Outubro foi o pior mês. Meu trabalho e faculdade nunca ficaram tão pesados ao mesmo tempo.
Mais uma vez fiz o possível para me controlar, mas o inevitável aconteceu...
Dia 27/10/2009, fui trabalhar normalmente. Na semana anterior tive uma crise de rinite alérgica que não melhorava de jeito nenhum.
Minha crise começou com um surto de tosse, depois veio a falta de ar e minhas mãos começaram a formigar. Fiquei parada, tentando voltar a ter o controle da situação, mas não deu!!! Uma colega me perguntou se eu estava bem e então eu pirei.
Não sentia minhas mãos e pernas, comecei a ter uma crise de choro, e achei que não conseguiria andar até a enfermaria, mas fui.
Cheguei a enfermaria, e me encaminharam para o consultório da minha psiquiatra.
Estava arrasada. Faziam quatro anos que eu não tinha nada. Como isso aconteceu comigo de novo???? Como eu não tinha conseguido??? Por que de novo???
Tinha tantas perguntas, medos, vergonha e culpa de tudo!!!
Minha psiquiatra me afastou do trabalho por 14 dias.
Queria voltar antes, mas meu marido e minha chefe não deixaram.
Como eu me detestava por ter pirado de novo...
Lá começava eu, um novo caminho, uma nova oportunidade para afastar o pânico.
Mas não foi tão fácil. Tive mais trabalho do que podia imaginar....

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Inicio de 2009

Inicio de 2009, eu achava que estava ótima!! A gente sempre “acha”...
O meu comportamento começava a me dar indícios que eu não iria continuar bem se fosse levar tudo tão a sério, mas como “achava” que era uma rocha não dei ouvidos.
Sempre fui muito certinha, séria, apesar de querer leva a vida mais light.
No inicio de 2009 o local onde eu trabalhava passou por várias mudanças, a primeira delas era o boato que iriamos falir.
Eu fiquei uma pilha Duraccel.
Tivemos férias coletivas no final do ano, como sempre, mas quando iriamos voltar em meados de Janeiro, fomos notificados que iriamos retornar as atividades no inicio de Fevereiro.
Eu, como todo ansioso, fiquei nervosa por não saber o que iria acontecer, se iria ficar desempregada, se conseguiria receber meus direitos, tantos “se” que comecei nesta época a não dormir direito.
Eu tinha todo tempo do mundo para dormir, me divertir, mas só ficava agoniada pensando no que poderia hipoteticamente acontecer. A falta de controle sobre o tempo, espaço, me agoniam.
Voltamos ao trabalho, mas a falta de controle ainda me deixava um pouco piradinha.
No trabalho as coisas não andavam muito bem, haviam vários boatos sobre o que poderia acontecer com a empresa, que iramos todos ser demitidos sem direitos nenhum, que a empresa havia entrado em concordata, que a empresa havia sido vendida boatos e mais boatos sem fontes seguras.
Além disso, o que iria adiantar na minha vida ficar preocupada com os problemas financeiros do meu trabalho? Se alguma coisa fosse acontecer não seria a minha preocupação que iria mudar algo certo?
As aulas reiniciaram na Unicamp, e a vida ficou mais “agitada”.
Várias coisas para fazer, preocupações sem fundamento, aiiii, tudo estava caminhando para o óbvio, uma crise, certo?
Mais ou menos, consegui dar uma acalmada (não sei como) e consegui terminar o semestre na Unicamp. Neste meio do caminho, a empresa foi vendida, e tudo iria voltar ao normal....ufa!!!
Quase ufa!!! O segundo semestre estava apenas começando, e minhas “novas” preocupações também....
Como é chato ser certinha.....aiiiii
Vida nova era algo que estava muito longe de acontecer...

OPS

Gente desculpe a ausência!!! Prometo que os post´s serão mais constantes...
Tive uns contratempos, nada grave !! E agora voltei sem pausas!!!
Beijos

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

A vida prega umas pecinhas!!!

Passei meus dois primeiros anos na faculdade andando na corda bamba para não entrar em pânico novamente.
Quando mudei de horário no trabalho, resolvi correr atrás do prejuízo, e comecei a pegar todas as matérias que tivesse horário para eu fazer, no incio do meu 3º ano em 2008.
Neste período já faziam 3 anos que eu não tomava medicação, e a vida parecia estar ótima.
Comecei a ter aula todos os dias, e aos sábados de manhã fazia estágio em um projeto da Unicamp de Educação de Jovens e Adultos.
Eu amava ir ao projeto. Nossa foi um período de aprendizagem sobre pessoas muito grande. Imagine alguém com 82 anos resolver estudar para aprender a escrever seu nome??
A simplicidade, coragem e determinação daquelas pessoas lindas me incentivava a cada dia. Era maravilhoso compartilhar com eles o pouco que eu sabia, e aprender muitas coisas sobre determinação, solidariedade e perseverança, algo que para mim foi uma das minhas melhores lições de vida.
Mas, ainda sim eu precisava voltar a dormir. Sempre tive a capacidade de conseguir lotar minha vida com milhões de coisas. Não sei ficar parada esperando as coisas acontecerem, e além disso tenho sede de aprender, viver coisas novas, ai sempre me sobrecarrego.
Comecei a dormir tão pouco quanto antes. Trabalhava das 7:30 as 17:30hs, ia direto para faculdade, estudava, entrava na aula as 19:00hs e saia as 22:30/23:00hs. Chegava em casa, lia jornais, noticias, tomava banho e ia dormir. Sábado acordava cedo, e a tarde arrumava casa, saia, sempre tinha algo a fazer.
Meu ritmo estava a 320km/h, e minha médica e meu marido (o antigo namorado) ficavam me falando para desacelerar.
Para mim era quase impossível, eu queria ser a melhor na faculdade, a melhor esposa, a melhor filha, a melhor amiga, a melhor funcionária....aiiiii eu devi ser muito irritante, mas errar, não dar atenção para as pessoas, não ser perfeita para mim era a mesma coisa que ser um monstro, uma aberração.
Voltei a ser a mister perfeitinha, e não havia cristo que me tirasse que isto estava sendo bom para mim, e eu aguentava o tranco.
Um dia quase pirei por ter tirado uma nota 8,0 na faculdade. Não me permitia errar de jeito nenhum.
As coisas começaram a voltar, eu não havia mudado!
Só aprendi a lidar com meus pais, e isso havia me dado qualidade de vida, mas quando a gente não resolve os problemas, só os mascara, como já falei...um dia eles voltam para te assombrar.
Eu estava novamente entrando em um caminho que todo munda sabia onde iria dar, só eu não conseguia aceitar. Achei que já estava curada, e que o pânico era coisa do passado.
Tive crises de laringite, a aponto de ter que ficar 5 dias sem falar nada, logo eu que "odeio" falar.
Crises de rinite eram constantes na minha vida.
Tudo isso já eram sinais que eu estava indo rápido demais, esquecendo que eu tinha limites!!
Durante quase 1 ano eu realmente consegui sustentar a minha vontade de ser a mais "forte" de todos, até o dia que levei um tranco...

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

As coisas pareciam que iriam mudar...

PASSEI!!! Eu passei no curso de Pedagogia!! E agora, eu ia fazer?
Meu namorado, irmãos, amigos e até o pessoal do trabalho me deram o maior apoio para eu fazer o curso.
Fiquei morrendo de medo. E se não desse certo? E se a grana dessa profissão não desse para me sustentar? E se eu não conseguisse emprego? Muitas duvidas pairaram sobre a minha cabeça.
Fiz a matrícula, e iniciei o curso.
Os primeiros dias de aula foram tranquilos, mas ai começou minhas novas preocupações.
Por não acreditar muito em mim, achei que passei na Unicamp por que tive sorte, então acreditei fervorosamente que eu teria que me matar de estudar para não ser reprovada logo no primeiro semestre.
Era tudo diferente para mim.
Eu sempre estudei e tive facilidades com matérias de exatas, matemática, etc. Derrepente me vejo tendo que ler muitos textos, com assuntos diversos, e que eu não tinha o menor conhecimento. Eu ia ser reprovada, óbvio!
Eu entrava as 6:00hs da manhã no trabalho e saia as 14:30hs de segunda a sexta, e de sábado eu trabalhava das 6:00 as 12:00hs.
Devido ao medo de não conseguir acompanhar as matérias, eu saia todos os dias do trabalho, ia direto para a Unicamp e estudava até as 19:00hs, quando as aulas iniciavam. Chegava em casa por volta das 23:00hs, comia alguma coisa, assistia ou lia o jornal (por que não podia ficar fora do mundo, né?), e depois tomava um banho e ia dormir.
Nesta brincadeira comecei a dormir de 4 a 5 horas por noite.
Durei quase 2 meses sem sintomas nenhum....mas, no final do 1º semestre comecei a ter tontura, falta de ar, fraquesa, etc....advinhem???
Os sintomas do pânico começaram a se manisfestar.....aiiiiii
Graças a Deus, tomei tenência antes do pior. Tranquei 1 matéria 2º semestre, e comecei a dormir pelo menos 2 dias da semana a tarde.
Ajudou um pouco, mas ainda tive que me monitorar durante algum tempo.
As minhas notas estavam ótimas, mas eu ainda tinha medo de ERRAR!!!
É difícil ser complicada.....
Dei trabalho para minha médica por mais quase 1 ano, por que ela insistia que eu tinha que dormir mais devido ao pânico, e eu adiava e acreditava que era mais forte do que ele.
Até o dia que comecei a entrar 1he30min mais tarde no trabalho. Já era um ganho de 6 horas semanais de sono!!!!
As coisas pareciam que iriam melhorar, mas....

domingo, 8 de agosto de 2010

Começar a decidir por mim mesma

As sessões de terapia continuaram a todo vapor.
Estava começando a me sentir mais livre, com menos coisas para pensar, apesar de ainda querer “salvar” a felicidade dos meus pais.
Comecei aos poucos a me sentir menos culpada em relação a eles, mas as vezes tinha umas crises de culpa que me pegavam de jeito.
Não tive mais nenhuma crise séria naqueles anos, e aos poucos tudo parecia estar voltando ao lugar.
No trabalho eu estava mais tranquila, pelo menos foi o que meus colegas me falavam.
Um dia, em uma das sessões, fui questionada a respeito da minha profissão.
Há anos eu estava tentando entrar na Unicamp para fazer química, mas eu nunca ficava triste por não ter passado. Na verdade ficava aliviada, mas só percebi isso naquele dia.
Falei para minha terapeuta que não sabia o que eu queria fazer, mas estava tentando entrar em química pelo fato de eu já estar na área, e por achar que eu tinha mais chances de sucesso.
Sempre ouvi que meu futuro era na área de exatas, e não vi problema nisso. Além disso, meu pai me incentivava a fazer química, continuar na área, e achei que era o melhor a fazer, tinha medo de mudar tudo.
Ela me questionou se eu me sentia bem naquela profissão, já que eu sou técnica em química, e para minha surpresa eu falei que não.
Pela primeira vez admiti para mim mesma que aquilo me sufocava, e que eu só estava pensando no dinheiro, no exito profissional e não no que me fazia bem, o que eu me identificava.
Passei semanas pensando naquilo, até que resolvi seguir meu coração.
Naquele ano de 2004 prestei vestibular para o curso de Arquitetura. Eu sempre gostei de desenho geométrico e decoração.
Não passei, mas também não fiquei decepcionada, eu não havia estudado nadinha.
Continuei com as sessões de terapia, e aos poucos percebi que queria trabalhar com pessoas, ser útil para alguém.
Durante o ano de 2005 completei 1,5 anos tomando medicação, até que em Agosto deste ano minha médica me deu alta, e os medicamentos foram retirados aos poucos.
Ao mesmo tempo que superei esta fase na minha vida, estava prestes a prestar vestibular novamente...
Como conseguimos nos surpreender com nós mesmos???
Fiz a inscrição na Unicamp e na Pucc para o mesmo curso e por incrível que pareça foi para Pedagogia! Quando eu havia pensado em ser professora??? Eu era maluca....
Eu mesma não acreditei na minha escolha. Aos 24 aos resolvi mudar drasticamente de profissão, depois de 8 anos me dicando a química.
Confesso que morri de medo do que estava fazendo, até o dia do resultado final do vestibular ...

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Como é difícil olhar no "espelho"...

Depois desta ultima crise de 2003 comecei a prestar mais atenção em mim, e no que me machucava ou agoniava.
Confesso que não foi fácil, mas eu queria ser uma pessoa “normal”...
A minha psiquiatra mudou minha medicação, e eu estava me sentindo um pouco melhor.
O que estava sendo muito dolorido para mim era lidar com a culpa em relação a minha família.
Meus pais não estavam muito bem, e as brigas eram constantes. Eu me sentia culpada por tanta coisa: primeiro por não estar lá, e eles acharem que eu havia abandonado o lar; depois por ter deixado dois dos meus irmãos no meio das brigas; e por ultimo não me sentia no direito de estar feliz por eles não estarem felizes.
Além de tudo isso também estava em plena briga com a minha ansiedade.
Eu era uma doida. Um dia consegui parar e me ver, e pensei: - “Como as pessoas me aturam desse jeito?”
Arranjei mais uma coisa para me desesperar....eu tinha que me controlar, ser menos maluca e deixar as outras pessoas menos doidas com tudo que eu queria fazer ao mesmo tempo. Mas como eu ia conseguir mudar algo que fazia parte do meu eu???
Era uma enxurrada de emoções, situações e medos...
Mas para sair das crises além da medicação, entendi que eu tinha que saber lidar com o que me agoniava e me tirava do controle, ou seja, teria que saber lidar naquele momento com a ansiedade e a culpa.
Minhas médicas me ajudaram muito, mas não pensem que elas foram boazinhas.
Várias vezes saia do consultório arrasada, pensando que a minha terapeuta estava viajando, e só eu sabia como era difícil lidar com aqueles sentimentos.
Depois com a cabeça mais calma, percebia que o caminho mais fácil era enfrentá-los.
Até que um dia consegui, quase morrendo de dor, não me meter nos problemas dos meus pais. Sofri como nunca.
Queria ir na casa deles e resolver tudo, eu me sentia um pouco mãe deles.
Mas eu tinha que ser forte, estava na hora de eu cuidar de mim.
O primeiro passo para sair das crises eu dei naquele dia, mas as coisas não eram tão simples como pareceram...

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Mais uma ...

Depois da ultima crise fiquei mais ansiosa, por incrível que pareça.
Morria de medo da demonstrar ansiedade para as pessoas, com medo de deixa-las preocupadas, e isso só piorava meu caso.
A terapia, estava cada dia mais intensa, mais estraçalhante....
Estava tentando lidar com a minha ansiedade, e principalmente lidar com a culpa que eu sentia em relação a minha família.
A culpa que me assolava por te-los deixado e ter ido viver sozinha era imensa.
Tinha medo deles acharem que eu não os amava, mas eu precisava viver a minha vida, voar com minhas asas....
Cheguei a querer morrer, ou então fugir para outro pais. Lá ninguém iria me conhecer e eu poderia estabelecer novas relações, eu não magoaria mais ninguém!!!!
Mas como falei anteriormente, a gente não pode fugir de nós mesmos, né?
Minha “ultima” grande crise desta época foi na casa dos meus pais.
Eles não sabiam o que era pânico, e eu para não alarma-los não ficava falando toda hora.
Aquele dia foi péssimo!!
A gata da minha mãe morreu atropelada, e eu fui incumbida de dar a noticia a ela.
Minha mãe se desesperou, era o bichinho que ela amava...
Depois ela e meu pai se desentenderam, e eu que já estava mega nervosa, fiquei no meio da briga. Foi a gota!!!
Comecei a chorar, tremer, ficar zonza....
Minha irmã mais nova era a única pessoa entre os meus familiares que sabia das crises e como eu ficava, até este dia!!!
Meu pai ficou desesperado. Pegou a minha mãe e falou: - Filha, o pai esta aqui, fica comigo!!!! Meus irmãos ficaram estáticos sem saber o que fazer, juntamente com a minha mãe....
Simplesmente estabeleci o pânico na família!!!
Minha irmã fez eu tomar meu calmante, e tentou me deitar....
Eu não queria deitar, queria ficar bem e forte, e estabelecer a calma dentro daquela casa....
Só me culpava mais e perguntava: - Porque não consegui me segurar? Porque não fui mais forte?
Depois deste dia decidi que não poderia mais ficar como eu estava.
Muitas pessoas estavam sendo envolvidas nas minhas crises, e eu achava isto muito injusto.
Além disso queria poder ser mais “normal”, poder ter decepções sem pirar, por exemplo.
A situação estava piorando, e só eu tinha o poder de muda-la.
Como minha terapeuta falava, eu era a única que poderia fazer algo para me ajudar.
Foi a decisão mais difícil e dolorida que já tomei, mas a melhor eu posso garantir....

A primeira grande exposição ....

As duas ultimas crises de pânico que tive nesta época foram mais assustadoras, por que envolveram mais pessoas. Me senti mais exposta.
Já com a medicação e alguns meses de terapia, horário de sono normal, tive uma forte crise no trabalho.
Foi horrível! Eu estava ansiosa na segunda feira de manhã, por que sabia que no próxiomo domingo iria trabalhar e eu não queria.
Estava trabalhando, tentando inutilmente me controlar, até que sentei e fiquei quieta na ilusão de conseguir disfarçar, mas foi em vão.
Comecei a suar frio, ter falta de ar, visão embaçada, tontura, não consegui me mexer...
Estava sozinha, quando duas colegas chegaram e perguntaram: - “Tudo bem?”.
Não consegui responder, porque estava chorando, desesperada, e minha boca começou travou e adormeceu.
Meu desespero maior era não deixar que ninguém percebesse que eu estava em pânico, mas eu estava deixando todos em pânico, e isso só me deixava mais nervosa.
Me colocaram no meu carro, ligaram para meu namorado e me levaram para casa.
Fui a terapeuta a tarde, e tive outra crise, agora por que estava morrendo de vergonha dos meus colegas....o que iriam achar de mim? Iam me ver como uma pessoa fraca???
A médica me passou um calmante para eu tomar nas horas de crise, e me deu 5 dias de afastamento.
Quando retornei ao trabalho não tinha cara para olhar para ninguém, estava morrendo de vergonha de como as pessoas haviam me visto, do que estavam pensando, aiiiiii iiii
Tentei agir como se nada tivesse acontecido, e para minha surpresa, todos tentaram não comentar o ocorrido.
Senti um misto de alivio, mas também medo de todos acharem que eu era louca, e que eu pudesse pirar novamente a qualquer momento.
Meu chefe foi super compreensivo, me chamou na sala dele e conversou muito comigo. Pediu para que se eu não me sentisse bem avisa-los, e que eu continuasse me cuidando para o meu próprio bem. Me deu uns toques sobre a minha ansiedade, e pediu para eu não me preocupar com os outros.
Me senti melhor depois de conversarmos, mas ainda não sabia o que fazer.....