Sejam Bem Vindos!!

Este blog foi criado para relatar minha experiencia com a Síndrome do Pânico, que tenho desde de 2002, e também minhas impressões sobre a vida.

Quando descobri que tinha a doença foi muito difícil, não a conhecia bem e não queria aceitar a situação. Por isso quero dividir minha experiencia com vocês, para poder divulgar este distúrbio e mostrar que o Pânico não tem cura, mas é controlável.

Também relato minha tragetória para descobrir quem sou, e o que um dia quero ser....

“ A vida é curta, por isso, faça amigos, perdoe os inimigos, faça planos, realize sonhos, quebre regras, faça outras, e nunca deixe de sorrir . Viver não é facil como imaginávamos, mas já que estamos vivos ame e viva como se o amanhã fosse incerto.” (Dani Mendes)

quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

2012 ano de mudanças...

A partir de 2012 finalmente minha vida estava se organizando.
Eu estava trabalhando como pedagoga, fazendo vários planos de viagem e cursos, enfim muita coisa estava na minha cabeça e tudo caminhando muito bem.

Por volta de Junho 2013, eu decidi que precisava cuidar do meu corpo.
Minha mente estava ótima, mas devido ao pânico eu havia engordado quase 12 quilos e não conseguia perde-los de forma alguma. Além disso, nesta mesma época, comecei trabalhar em uma grande empresa e contava que novos desafios iriam acontecer, o que me empolgava muito.

Voltei então a treinar Karatê, esporte que pratiquei na minha adolescência dos 11 aos 15 anos.

Estava super empolgada para voltar a treinar.
Queria emagrecer, ter mais qualidade de vida e além de tudo conhecer novas pessoas.

Minha irmã também resolveu treinar, o que pra mim foi ótimo, pois tinha companhia e mais incentivo para ir à acadêmica.

Treinei aproximadamente 1 mês, até eu começar a ter fortes dores na coluna.
Tentei continuar treinando, mesmo com dor, mas a cada dia que passava a dor aumentava.

Um dia eu estava no trabalho, e não conseguia me mexer direito de tanta dor.
Sai aquele dia do trabalho e só passei em casa para que meu marido me levasse ao hospital. Não conseguia dormir, não conseguia comer direito. O balanço do carro me incomodava muito. Estava começando a perder o bom humor por causa da dor.

Fomos ao pronto-socorro, e depois de quase 3 horas esperando (isso por que eu tenho convênio médico), fui atendida pelo médico residente em ortopedia. Ele me examinou, e falou para eu fazer fisioterapia, passou alguns remédios e me deu 2 dias de atestado em casa.

Após 2 dias, quando eu retornei ao trabalho, minha coluna travou. Eu não conseguia me mexer direito e doía até para respirar.

Consegui marcar um médico ortopedista para aquele mesmo dia, e com muito esforço, caminhei até o carro e dirigi para casa.

Chegando ao médico ele me passou alguns exames e fiquei mais 7 dias em casa.
As dores não cessavam com nada que eu tomasse, e comecei então a fazer hidroterapia, e também procurar tratamentos alternativos, como tratamento espiritual.

Mais uma vez, a vida me pregaria uma surpresa, uma bem maior do que eu esperava.

Uma semana após minha ida ao ortopedista realizei a ressonância magnética, e partir deste exame, muita coisa mudou na minha vida.

Mas isso é uma história para um próximo post ...rsrsrs

Beijão à todos e bom fim de semana!!!

sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

Voltando finalmente...A vida pós pânico...

 Olá à todos!

Faz um bom tempo que não apareço por aqui!
Nos últimos tempos aconteceram tantas coisas, que  acabei abandonando um pouco este espaço, mas agora decidir voltar com tudo.

Tenho muitas coisas pra contar e apresentar à vocês!

O bom de tudo nestes últimos 2 anos é que não tive nenhum episódio de Pânico!!!...rsrsrs
Nossa, depois do grande susto tudo foi controlado.

Lógico, continuo com a terapia, me supervisionando, mas decidi que não quero mais aquilo pra mim, este foi o primeiro passo para deixar o pânico para trás.

Nestes anos que se passaram eu comecei a trabalhar na área que eu amo (educação/pedagogia), tive alguns problemas sérios de saúde que já foram superados e graças a Deus hoje sou mãe de uma linda menina de 9 meses.

Quando olho para ela vejo que tudo o que aconteceu na minha vida (e não foi tanta coisa) valeu a pena, me ajudou a crescer espiritualmente e como pessoa. Acho que o pânico me ajudou a ser um ser humano melhor, uma mãe melhor para a minha filhinha.

Enfim, estas são as minhas conclusões e cada um tem um jeito de lidar com seus problemas e sentimentos. Não existe o certo e o errado....

Queria a partir de agora, contar um pouco para vocês como foi, e esta sendo, a minha vida depois do Pânico e como ele as vezes me assombra, porém de um jeito bem diferente.

Além disso, quero transformar este espaço em um local cheio de informações para quem busca não só controlar ou entender o pânico, mas também encontrar noticias boas, saber um pouco mais sobre o espiritismo (religião que acredito) e, quem sabe, superar seus medos e desafios.  


Abraços, 

sábado, 25 de fevereiro de 2012

Simplesmente perfeito...

Simplesmente perfeito pra mim...
"Tudo foi preciso... como o tempo.
Foi preciso tudo, o bom e o mau, para entender qual o maior dos meus mestres. O Criador está em tudo, mas creio que tem com cada um de seus filhos uma forma de falar ao coração. No meu caminho se manifesta de forma mais sensível no tempo. O melhor de todos os meus mestres tem sido o tempo. Todos meus questionamentos, ansiedades, projeções, tudo tem seu desenvolvimento, evolução ou involução de acordo com ele. Com o passar dele. Não há o que resista. Tudo acaba cedendo e se revelando.
Não falo do tempo do homem, que imagina que o aprisionou dentro do mostrador de um relógio. Que amarrou suas grandes asas aos pequenos ponteiros que, com o tempo, vão se quebrar, precisar de manutenção. O tempo não se quebra. E nem precisa que nós façamos nada por ele. É ele quem faz por nós, independente de nós.
Ao nosso redor tudo obedece a uma lógica e independente de crença ou filosofia, não há como negar o que regula os acontecimentos: o tempo. O homem tem tentado e até conseguido com certo sucesso, burlar os ciclos. Mas quem já sentiu a diferença entre o sabor de um fruto de estação e de um “parido” pelo homem? Alegram-se em dizer que fizeram. Alegro-me por saber da diferença, por sentir a diferença. E reconhecer que certas coisas não são negociáveis. Prazer não é.
O tempo não tem prazo, se revela às vezes aos poucos, às vezes de solavanco. É imprevisível em seus processos de construção e evolução. É caprichoso, pois sabe exatamente quando o quê deve ou não acontecer. Para se seguir o tempo, é preciso saber esperar. Sendo assim, para amenizar o sofrimento, o ideal seria desenvolvermos como sua irmã mais velha, a paciência. Mas com a pressa em que vivemos hoje, essa, quando nasce, nasce depois. Acaba sendo a irmã mais nova. E daí, sofremos. Sofremos, pois não sabemos esperar que o tempo aja da melhor forma, tentamos atropelá-lo. Mas somos nós que saímos do acidente em frangalhos.
Através de nossas ações o tempo tem sofrido. Ou melhor, através de nossas más ações dizemos que o tempo tem sofrido. Que as estações já não são mais as mesmas, que os dias já não são os mesmos, que a natureza não é mais a mesma. Mas as consequências atingem somente a nós mesmos, pois o tempo é o tempo. Não está ameaçado de extinção, não precisa de condições especiais para existir. Já nós...
Então, para quê tanta pressa? Para quê se ocupar do esforço inútil de controlar tudo? Já não ficou claro que há quem o faça? As respostas virão, ou serão substituídas por novas perguntas ainda mais profundas e plausíveis. A ânsia de ter e fazer tudo para agora nos trás frutos insossos, sem o sabor do colhido no seu tempo.
Eu reverencio ao tempo, senhor de todos os fatos da minha de todos os outros fenômenos ao meu redor. Espero manter a postura de seu aprendiz. De sempre estar pronta para observar atenta sua sabedoria. Vou tentar não me apressar, pois tenho observado que ele guarda para mim tudo o que é meu e que me presenteará com cada uma das coisas quando eu tiver condição de com elas, lidar. 
Acho que é isso que chamamos de fé."

(Michele Langoni Dias)

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Eu aprendi....ainda estou aprendendo!!

"Eu aprendi que o mais importante na vida não é aonde você vai chegar.


Aprendi que o que realmente importa é o caminho que você faz,

seus tropeços, suas perdas, suas quedas. Seus choros, seus risos,

as derrotas, suas vitórias. Tudo o que você passa, dia após dia.

A cada erro, uma nova lição para a vida toda. E é com isso que você

deve-se preocupar, sua caminhada. Uma jornada cheia de surpresas.

Todos temos a certeza que um dia iremos chegar ao final, sem duvidas,

pode ser um final feliz, ou não. Mais sabemos que todos temos um fim.

Mais não sabemos o que vamos passar até lá. Por isso, deve-se levar a 

vida da melhor maneira possível. Você faz o seu final, você cria um pouco

dele a cada dia que se passa. Portanto viva o hoje, ajude hoje, sorria hoje.

Tudo depende de você. Quem conseguir viver uma vida sem mentiras, ódio 

e falsidade, poderá ter paz interior, e com certeza um final feliz."

André de Souza.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Eu sou...Simples assim!!!!

Eu sou os livros que leio, os lugares que conheço, as pessoas que amo. Eu sou as orações que faço, as cartas que recebo, os sonhos que tenho. Eu sou as decepções por que passei, as pessoas que perdi, as dificuldades que superei. Eu sou as coisas que descobri, as lições que aprendi, os amigos que encontrei. Eu sou os pedaços de mim que levaram, os pedaços de alguns que ficaram, as memórias que trago. Eu sou as cores que gosto, os perfumes que uso, as músicas que ouço. Eu sou os beijos que dei, sou aquilo que deixei e aquilo que escolhi. Eu sou cada sorriso que abri, cada lágrima que caiu, cada vez que menti. Eu sou cada um dos meus erros, cada perdão que não soube dar, cada palavra que calei. Eu sou cada conquista alcançada, cada emoção controlada, cada laço que criei. Eu sou cada promessa cumprida, cada calúnia sofrida, a indiferença que se formou. Eu sou o braço que poucas vezes torceu, a mão que muitas outras se estendeu, a boca que não se calou. Eu sou as lembranças que tenho, os objetivos que traço, as mudanças que sofrerei. Eu sou a infância que tive, sou a fé que carrego e o destino que reinventei." (Autor desconhecido)




terça-feira, 15 de novembro de 2011

Me reorganizando....quanta coisa em uma só pessoa!!

Bem pessoas, andei sumida, né?? 

Eu estava um pouco atarefada, trabalho, casa, marido, família, amigos,....
Esta semana preciso desabafar um pouco. Nos últimos meses tenho feito muitos progressos na terapia. Graças a Deus, este ano só tive uma crise no inicio de 2011 e atualmente estou ótima, mas ando mexendo, vasculhando sentimentos e emoções doloridos.  
Este ano foi o ano de enfrentar medos e sentimentos, e quando acho que já resolvi tudo, sempre acontece alguma coisa para me lembrar que existem “coisas” que estão escondidas e que eu não quero mexer, tenho medo do que vou encontrar....
É estranho me dar conta que tenho medo de me enfrentar, de enfrentar o que eu sinto! De olhar no espelho e admitir que me fizeram sofrer  e que estou magoada, de falar que já tive raiva, de contar que já me machuquei e que ainda dói!!!
Tudo isso aconteceu há tanto tempo, e eu guardei dentro de 100 caixas para não ser visto nem descoberto, mas nem tudo pode ficar guardado e agora tenho que lidar com esta gama de emoções que estão saindo, vazando, vindo de longe para eu resolver, para eu enfrentar!
Eu tenho pânico por não saber lidar com isso! Por esconder o que sento, por pensar demais, por não me atrever mais, por ter medo de me machucar denovo...
No fim, viver é isso! Não que eu não viva, mas poderia ser mais feliz se ousasse mais, se enfrentasse mais, se assumisse meus sentimentos (dor, amor, raiva, decepção, negação, afirmação) e se aprendesse a pensar  mais em mim.
Estou um pouco desorganizada...desculpe! Vou reorganizar minhas ideias e volto para contar pra vocês!
Bom fim de feriado e vamos que vamos.....
Bjos

A gente se acostuma....

Eu sei que a gente se acostuma. Mas não devia.

A gente se acostuma a morar em apartamentos de fundos e a não ter outra vista que não as janelas ao redor. E, porque não tem vista, logo se acostuma a não olhar para fora. E, porque não olha para fora, logo se acostuma a não abrir de todo as cortinas. E, porque não abre as cortinas, logo se acostuma a acender mais cedo a luz. E, à medida que se acostuma, esquece o sol, esquece o ar, esquece a amplidão.

A gente se acostuma a acordar de manhã sobressaltado porque está na hora. A tomar o café correndo porque está atrasado. A ler o jornal no ônibus porque não pode perder o tempo da viagem. A comer sanduíche porque não dá para almoçar. A sair do trabalho porque já é noite. A cochilar no ônibus porque está cansado. A deitar cedo e dormir pesado sem ter vivido o dia.

A gente se acostuma a abrir o jornal e a ler sobre a guerra. E, aceitando a guerra, aceita os mortos e que haja números para os mortos. E, aceitando os números, aceita não acreditar nas negociações de paz. E, não acreditando nas negociações de paz, aceita ler todo dia da guerra, dos números, da longa duração.

A gente se acostuma a esperar o dia inteiro e ouvir no telefone: hoje não posso ir. A sorrir para as pessoas sem receber um sorriso de volta. A ser ignorado quando precisava tanto ser visto.

A gente se acostuma a pagar por tudo o que deseja e o de que necessita. E a lutar para ganhar o dinheiro com que pagar. E a ganhar menos do que precisa. E a fazer fila para pagar. E a pagar mais do que as coisas valem. E a saber que cada vez pagar mais. E a procurar mais trabalho, para ganhar mais dinheiro, para ter com que pagar nas filas em que se cobra.

A gente se acostuma a andar na rua e ver cartazes. A abrir as revistas e ver anúncios. A ligar a televisão e assistir a comerciais. A ir ao cinema e engolir publicidade. A ser instigado, conduzido, desnorteado, lançado na infindável catarata dos produtos.

A gente se acostuma à poluição. Às salas fechadas de ar condicionado e cheiro de cigarro. À luz artificial de ligeiro tremor. Ao choque que os olhos levam na luz natural. Às bactérias da água potável. À contaminação da água do mar. À lenta morte dos rios. Se acostuma a não ouvir passarinho, a não ter galo de madrugada, a temer a hidrofobia dos cães, a não colher fruta no pé, a não ter sequer uma planta.

A gente se acostuma a coisas demais, para não sofrer. Em doses pequenas, tentando não perceber, vai afastando uma dor aqui, um ressentimento ali, uma revolta acolá. Se o cinema está cheio, a gente senta na primeira fila e torce um pouco o pescoço. Se a praia está contaminada, a gente molha só os pés e sua no resto do corpo. Se o trabalho está duro, a gente se consola pensando no fim de semana. E se no fim de semana não há muito o que fazer a gente vai dormir cedo e ainda fica satisfeito porque tem sempre sono atrasado.

A gente se acostuma para não se ralar na aspereza, para preservar a pele. Se acostuma para evitar feridas, sangramentos, para esquivar-se de faca e baioneta, para poupar o peito. A gente se acostuma para poupar a vida. Que aos poucos se gasta, e que, gasta de tanto acostumar, se perde de si mesma.

(1972)