Sejam Bem Vindos!!

Este blog foi criado para relatar minha experiencia com a Síndrome do Pânico, que tenho desde de 2002, e também minhas impressões sobre a vida.

Quando descobri que tinha a doença foi muito difícil, não a conhecia bem e não queria aceitar a situação. Por isso quero dividir minha experiencia com vocês, para poder divulgar este distúrbio e mostrar que o Pânico não tem cura, mas é controlável.

Também relato minha tragetória para descobrir quem sou, e o que um dia quero ser....

“ A vida é curta, por isso, faça amigos, perdoe os inimigos, faça planos, realize sonhos, quebre regras, faça outras, e nunca deixe de sorrir . Viver não é facil como imaginávamos, mas já que estamos vivos ame e viva como se o amanhã fosse incerto.” (Dani Mendes)

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Mudanças...São difíceis, mas necessárias.

Passei o mês de março tentando não pensar em voltar ao trabalho.
Minha vida estava calma, e eu gostaria muito de mante-la assim para sempre.
Isto seria um pouco mais difícil, mas o quanto eu conseguisse adiar a preocupação de voltar ao trabalho melhor.
Comecei a descobrir novas aptidões.
Além de fazer minhas caixinhas, comecei a pintar quadros para a minha casa e a inovar em pratos culinários.
A segunda aptidão não foi muito vantajosa para mim e meu marido por que começamos a desequilibrar a balança, e olha que meu marido é difícil de engordar.
Dei um tempo na cozinha e continuei a fazer meu artesanato, estudar, e correr com meu dog.
O que ainda me atrapalhava era a Agorafobia.
Ir ao shopping em dias lotados ou ao cinema ainda eram tarefas difíceis de serem realizadas, mas eu sempre tentava entrar nestes lugares, nem que fosse para sair correndo depois.
Um dia fomos ao cinema (era uma segunda-feira), e estava bem vazio.
Sentamos em poltronas próximas a porta caso eu precisasse sair.
Foi maravilhoso, por que faziam meses que não consegui ficar em lugares muito fechados com gente desconhecida, e desta vez eu consegui. Obviamente eu fechei meus olhos logo que entrei na sala antes do filme, e só os abri após as luzes serem apagadas, por que a quantidade de pessoas entrando na sala me deixou nervosa.
Quando o filme terminou, esperei que todos saíssem da sala para depois eu sair. Foi tenso, mas uma conquista imensa para mim.
Algumas vezes na sala de aula também tinha que sair por causa do numero de pessoas. Em todas as aulas eu sempre sentava ao lado da porta, e evitava ficar lá dentro se a porta fosse fechada.
Aguentava uns 10 minutos e tinha que sair.
Aos poucos fui conseguindo ficar mais tempo na sala de aula, shoppings, eu me sentia uma doida, mas nesse tempo aprendi a dar risada dessas situações.
Nem sempre é fácil rirmos de nós mesmos, mas quando conseguimos temos um alivio tão bom. Parece que tiramos algo de ruim do nossos ombros, as coisa ficam mais leves.
Eu sempre tinha altos e baixos, mas era muito bom conseguir ter os “altos”. Há dois meses atrás eu só sabia chorar e ter medo de tudo. Me sentia incapaz, fraca, uma inútil em tudo o que eu fazia.
Depois que consegui (com muito custo) aceitar que eu tinha limites, diferentes de outras pessoas, e que isso não era bom nem ruim, era só um fato, entre tantos outros na minha vida, é que comecei a ver luz, ver que haveria uma saída.
Não é fácil. Quando conto minhas histórias neste blog, parece que tudo foi lindo, e facilmente consegui superar tudo.
Não foi assim. Eu surtei, chorei ( e ainda choro), sofri muito, mas tudo anda quando estamos dispostos a caminhar mesmo sobre alguns espinhos.
As ultimas crises de panico me ajudaram a ver que não vale a pena sofrermos com medo do que os outros vão achar, ou que nós somos fracos.
Somos fortes, fracos, lindos, feios, choramos, rimos, brigamos, abraçamos, somos tudo um pouco de cada vez. Somos humanos, e felizmente temos sempre a oportunidade de aprender a sermos melhores e fazermos o melhor para nós mesmos.
Eu estava quase sob controle. Ainda faltavam algumas (umas duas) crises, mais uns empurrões para eu conseguir manter o equilíbrio por mais algum tempo.

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