Sejam Bem Vindos!!

Este blog foi criado para relatar minha experiencia com a Síndrome do Pânico, que tenho desde de 2002, e também minhas impressões sobre a vida.

Quando descobri que tinha a doença foi muito difícil, não a conhecia bem e não queria aceitar a situação. Por isso quero dividir minha experiencia com vocês, para poder divulgar este distúrbio e mostrar que o Pânico não tem cura, mas é controlável.

Também relato minha tragetória para descobrir quem sou, e o que um dia quero ser....

“ A vida é curta, por isso, faça amigos, perdoe os inimigos, faça planos, realize sonhos, quebre regras, faça outras, e nunca deixe de sorrir . Viver não é facil como imaginávamos, mas já que estamos vivos ame e viva como se o amanhã fosse incerto.” (Dani Mendes)

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Em busca de tranquilidade

Meu afastamento pelo INSS iria acabar no incio de março.
Até o final de janeiro eu estava maravilhosamente bem.
Em meados de janeiro compramos um cachorro da raça Boston Terrier.
Minha psiquiatra me falou que eu deveria fazer exercícios, atividades diversas e também me recomendou um cachorrinho.
Fazia muito tempo que eu queria um filhote, mas tinha medo de não conseguir cuidar devido a minha vida corrida.
Eu e meu marido conversamos, e depois de muito pesquisarmos lá estávamos nós com o lindinho.
Fui até São Paulo só para compra-lo.
Foi a glória na minha vida. Ele me ajudou a começar me preocupar com outras coisas a não ser com as minhas neuras. Todo dia tinha que cuidar dele, pensar nele, e isso foi me ajudando a esquecer dos problemas, do trabalho, da faculdade.
Em paralelo com o cão, resolvi começar a pintar quadros (posso dizer que não tenho o dom), mas era um passa tempo. Teve telas que pintei e as repintei umas 10 vezes, mas isso me fazia bem.
Comecei a olhar vídeos na internet que ensinavam a fazer patch work, decopagem, e fui aprendendo e fazendo.
Tudo parecia estar as mil maravilhas. Eu estava em casa, fazendo coisas que me deixavam feliz, tinha um cachorrinho para cuidar, estava arrumando minha casa do jeito que eu gostava, até chegar o mês de fevereiro.
Pronto!!! Estava armada a minha mais nova confusão.
Comecei a me cobrar que deveria desesperadamente me curar da Agorafobia e não ter mais nenhuma crise para poder voltar ao trabalho, por que poderia haver comentários das pessoas que eu estava com frescura para não trabalhar. Além desta preocupação, comecei a me preocupar com as terapeutas. Achava que tinha a obrigação de apresentar melhoras em todas as sessões, porque assim elas iriam ver como estava me dedicando ao tratamento.
Agora me expliquem, por que a gente faz isso? Ou melhor por que nossa estima faz isso?
Comecei a ter crises novamente por medo de não melhorar. Ironia do destino, a minha vontade de ficar bem estava piorando meu quadro.
Minha terapeuta perguntava nas sessões: por que vc precisa melhor tão depressa? Por que não pode ficar afastada mais um tempo? Eu só sabia chorar e me achar um fraca....aiiiii cabeça!!!
Aos poucos comecei a me acostumar com o fato de ficar afastada mais um tempo. Na verdade resolvi esperar até o final de fevereiro (já que faltava 1 mês para eu voltar a labuta), para saber o que seria melhor para o meu quadro.
Confesso que esperar não é o meu forte. Isso eu sempre fico doida.....heheheheh
Esperei, e no final de fevereiro fui afastada por mais 30 dias.
Desta vez fiquei bem. Consegui perceber que não ia adiantar nada eu me matar para melhorar. Pânico só se melhora aos poucos e cada um tem seu tempo, sua história.
As preocupações continuaram, mas de uma forma mais branda. Comecei a me preocupar com meu TCC na Unicamp, cuidar do cachorro, fazer minhas caixinhas de artesanato, mas nada de afobações. Pelo menos era minha intenção.
Finalmente eu comecei a mudar um pouquinho meu pensamento em relação a mim. Mas ainda haviam vários paradigmas e obstáculos para serem vencidos.

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